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Pai solo adota 5 filhos e evita separação de irmãos em SC: 'Sem esperar uma circunstância perfeita'

Pai solo adota 5 filhos e evita separação de irmãos em SC: 'Sem esperar uma circunstância perfeita'


Francisco Luis Koch se tornou pai pela primeira vez em 2012, com a vida de duas crianças. Sete anos depois, adotou mais três irmãos em uma atitude que ele considerou “corajosa e contrarracional”. Francisco Luis Koch optou pela adoção e se tornou pai solo de cinco crianças em SC
Arquivo pessoal
Ter filhos era um desejo antigo do empresário Francisco Luis Koch, 48 anos. Solteiro, o morador de São José, na Grande Florianópolis, recorreu à adoção e se tornou, de uma só vez, pai solo de dois. Ele só não imaginava que, sete anos depois, viraria pai novamente… de mais três.
A ideia de criar sozinho cinco crianças sequer passava pela cabeça dele antes de conhecer os filhos, mas se tornou a única opção para não separar irmãos biológicos.
“Foi uma das atitudes mais corajosas e contrarracionais que eu já tomei em toda a minha vida”, declarou.
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O processo de adoção começou em novembro de 2011. Sem restrições de idade, gênero ou condição de saúde, ele abriu seu coração para duas crianças que precisavam de um lar: Cristiano e Cristiny passaram a fazer parte da vida dele com 14 e 9 anos, respectivamente, em junho de 2012.
Em 2019, a Justiça o convidou para conhecer Mayra, uma menina de 8 anos que estava em um abrigo. Lá ele descobriu que ela tinha dois irmãos: Andriw e Iago. Mesmo com dificuldades financeiras, tomou a decisão definitiva de acolher os três e garantir que permanecessem juntos.
Hoje os três têm 16, 14 e 12 anos, respectivamente.
“Quando eu fui conhecer a Mayra, me falaram que ela tinha mais dois irmãos e eu os conheci também. Quando fui almoçar, eu decidi que iria adotar os três, que não iria separá-los, mesmo sabendo que teria que vender algo com certa frequência, pois a minha renda não comportava manter dois adolescentes e mais três crianças”, comentou.
Francisco nasceu em Curitiba (PR) e, aos 23 anos, já sabia que queria ser pai. Perto dos 30, começou a pensar em possibilidades para tornar isso possível. Viu na quantidade de crianças precisando de um lar uma oportunidade.
“Como sou gay, imaginei em alugar uma barriga fora do país, ter um filho com uma amiga ou adotar. A adoção pareceu que seria o caminho mais justo e o melhor”.
Hoje, ele defende a importância da adoção de crianças mais velhas e da preservação de laços entre irmãos. “Minhas adoções foram a construção de uma família, com todos os desafios e alegrias que isso implica”, enfatiza.
Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), há mais de 33 mil crianças e adolescentes acolhidos e 36.324 pretendentes cadastrados para adotar. A preferência de muitas famílias por bebês, no entanto, faz com que crianças e jovens passem anos em abrigos, na espera de uma adoção que às vezes não chega.
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“Para mim, a idade nunca foi um fator determinante — o vínculo, sim. Foi uma experiência transformadora, que me ensinou que o amor não precisa de tempo para se construir, apenas de abertura para existir. Nós como adultos mudamos o tempo todo, crianças e adolescentes conseguem mudar ainda mais e de forma mais consistente”, diz.
Francisco Luis Koch e seus cinco filhos
Arquivo pessoal
Francisco enfrentou preconceito por ser gay e ter adotado crianças mais velhas. Apesar desses desafios, que incluem também sobrecarga e limitações financeiras, ele diz que tem uma boa rede de apoio e avalia que é um ótimo pai.
“Com o tempo, ficou claro que eu não precisava esperar por uma circunstância perfeita, um relacionamento ideal, ou uma vida impecavelmente planejada. Eu só precisava estar disposto a amar, a acolher, e a ser o porto seguro de alguém”, disse.
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