São Paulo
3 horas ago
'A gente pagava o telefone, foi uma covardia', diz tia de adolescente morto após pegar celular em loja no interior de SP
Corpo de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achado com sinais de tortura no Rio Pardo, em Pontal. Polícia acredita que ele tenha sofrido retaliação do dono do telefone. Quatro estão presos. Corpo de adolescente agredido após pegar celular é achado no Rio Pardo em Pontal, SP
A família de Alex Gabriel Santos, encontrado morto no último sábado (7) em Pontal (SP), diz que ele foi vítima de um ato covarde. Segundo a Polícia Civil, a principal suspeita é a de que ele tenha sido morto em retaliação após pegar um celular em um depósito de bebidas vizinho à casa dele.
Até o momento, a polícia descarta que o jovem, de 16 anos, tenha furtado ou roubado o aparelho.
“Se fosse questão do prejuízo, se ele tivesse feito o roubo mesmo, a gente pagava o telefone para o rapaz, não precisava fazer essa judiação. Nada justifica o que foi feito, motivo nenhum, foi uma covardia mesmo, uma maldade”, diz Janiela Ferreira Riel, tia de Alex.
À polícia, o dono do telefone, preso por suspeita do crime, admitiu ter agredido o adolescente com a ajuda de amigos e disse que o abandonou na zona rural de Cândia, distrito de Pontal. Ele negou o homicídio.
O corpo de Alex foi encontrado no Rio Pardo, em Pontal. Ele estava desaparecido há uma semana, desde que foi levado à força de casa em uma caminhonete. Segundo o primo dele, Samuel Lopes da Silva, o garoto tinha sinais de tortura.
“Ele foi encontrado amarrado, os braços e as pernas, amarrado com arame farpado, com corda, com um saco na cabeça. Só pela situação que foi encontrado, a gente já sabe o sofrimento que ele passou. A gente não consegue imaginar a dor que ele deve ter sentido, o medo.”
Sequestro, cárcere privado, tortura e homicídio estão entre os crimes investigados pela polícia.
Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi morto em Pontal, SP
Arquivo pessoal
Justiça por Alex
A família tinha esperanças de encontrar o jovem com vida, mas agora pede a condenação dos responsáveis.
“Destruíram uma família, tiraram um pedaço de nós todos. Eu espero que a justiça prevaleça, que esses culpados não saiam nunca mais da cadeia”, diz Janiela.
Além de João Guilherme Moreira, de 27 anos, apontado como o dono do celular, foram presos Uanderson dos Santos Dias, de 19 anos, Alex Sander Benedito Ferreira, de 23 anos, Jean Carlos Nadoly, de 28 anos.
As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto.
Segundo Janiela, a família também quer a prisão de uma mulher que presenciou o crime. Até o momento, ela é tratada como testemunha pela polícia. De acordo com os familiares, a mulher é a funcionária do depósito de bebidas que levou o dono do celular à casa da vítima.
Em nota, a defesa da mulher informou que ela não tinha como prever as agressões e o assassinato do adolescente e que está colaborando com a investigação.
Um dos suspeitos presos por envolvimento na morte do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, em Pontal, SP
Reprodução/EPTV
Desaparecimento e morte
Alex desapareceu de casa na madrugada de domingo (1) após pegar um celular em um depósito de bebidas. Segundo a irmã, o jovem não tinha um telefone e voltou feliz contando que tinha achado o aparelho.
Uma testemunha afirmou à polícia que viu quando Alex foi levado de casa à força em uma caminhonete com pelo menos três homens. Ele foi agredido logo ao atender à porta.
Segundo a mãe do rapaz, uma testemunha disse à polícia que o dono do celular voltou à loja na madrugada procurando o telefone, e a funcionária disse que sabia com quem estava. Ela levou o homem à casa do adolescente.
Com base nos depoimentos e em imagens de câmera de segurança, a polícia identificou a caminhonete e chegou aos suspeitos. Eles negaram o assassinato, mas confessaram as agressões contra o adolescente em um galpão, em Pontal.
O local e o veículo passaram por perícia, sendo que marcas de sangue foram encontradas na carroceria da caminhonete.
Policiais onde corpo do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achando neste sábado (7) em Pontal, SP
Werlon Cesar/EPTV
Na última quinta-feira (5), cães da Guarda Civil Municipal (GCM) identificaram o rastro de Alex às margens do Rio Pardo, o que ajudou a traçar um ponto para as buscas. Terra remexida com marcas de sangue e um par de tênis que seriam do garoto foram encontrados no trecho.
Novas informações levaram a polícia a ter certeza de que o adolescente estava morto.
A Justiça expediu quatro mandados de prisão temporária para os quatro homens suspeitos de participação no crime. Eles foram presos na quinta-feira e na sexta-feira (6).
Na manhã de sábado (7), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo do adolescente às margens do Rio Pardo, próximo a uma usina em Pontal.
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