Tocantins
5 horas ago
Espécie de bromélia ameaçada de extinção é produzida em laboratório e devolvida à natureza no Tocantins | Tocantins
Projeto para proteção de espécies do cerrado é desenvolvido por especialistas do Naturatins e Unitins. Reintrodução da Bromelia braunii e outros tipos da espécie na natureza aconteceu em Natividade. Bromelia braunii corre risco de extinção, segundo o Naturatins
Andréa Marques/Governo do Tocantins
Uma espécie de bromélia existente no Tocantins foi classificada com risco crítico de extinção pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora. Para ‘salvar’ a Bromelia braunii, especialistas conseguiram reproduzir mudas em laboratório e reintroduzi-las na natureza. Também foram cultivadas mudas da Bromelia magnífica, outra variante da planta.
📱 Clique aqui e siga o perfil do g1 Tocantins no Instagram.
Para replantar as mudas de bromélias produzidas com técnicas de cultivo in vitro, em ação que aconteceu em Natividade, no sudeste do estado, equipes do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) desenvolveram o trabalho por anos dentro do Projeto Pró-Espécies: Todos Contra a Extinção.
O Plano de Ação Territorial para Conservação das Espécies Ameaçadas do Cerrado Tocantins (PAT Cerrado Tocantins) começou em 2020. De acordo com o biólogo do Naturatins e coordenador da ação, Oscar Vitorino, foram reproduzidas cerca de 50 mudas até a conclusão do projeto, em 2025.
“Dessas, em torno de dez mudas foram introduzidas na natureza e a gente vai continuar esse trabalho agora introduzindo os outros indivíduos. E elas serão plantadas somente na região do Cerrado do Tocantins, especialmente ali no sudeste do estado, que são as regiões de ocorrência natural dessa espécie”, disse.
O biólogo explicou que a Bromélia braunii é uma espécie do cerrado rupestre, caracterizado por ter a presença de rochas. Uma das causas da extinção é a utilização do habitat natural para mineração.
A planta produz frutos, que são consumidos pela população por parecer pequenas bananas, além de outras partes também consumíveis.
“Ela também produz uma inflorescência que se parece com um abacaxi, e algumas pessoas conhecem e inclusive consomem também. Não tem estudos que falam sobre os benefícios do consumo, mas foi necessária a reprodução dela em laboratório, justamente para a gente conseguir uma quantidade e manter um acervo de material dessa espécie que possa servir para fazer a multiplicação dela”, afirmou Oscar.
Bromelia magnífica também foi cultivada em laboratório
Andréa Marques/Governo do Tocantins
LEIA TAMBÉM:
Helicóptero e transmissores via rádio são usados para monitorar arraia ameaçada de extinção no Tocantins; entenda
Filhotes de pato raro ameaçado de extinção nascem no Jalapão
Tatu gigante chama atenção em estrada no Tocantins e assusta empresária: ‘Medo da reação dele’
Cultivo em laboratório
Equipes do Naturatins e Unitins levaram mudas para serem plantadas no cerrado
Andréa Marques/Governo do Tocantins
O processo até que as mudas pudessem ir para a natureza passou por diversas etapas. De acordo com o Naturatins, foram coletadas sementes das plantas e, em laboratório, houve um criterioso processo de assepsia para evitar contaminações.
A germinação foi estimulada em meios apropriados para a espécie, até que as mudas pudessem ser multiplicadas. Elas também passaram por etapas de aclimatação para conseguirem se adaptar ao meio ambiente e, por fim, foram inseridas na flora tocantinense.
“Essa técnica de reprodução em laboratório demorou bastante tempo. Porque tem toda a dificuldade desde localização de população até identificação dos indivíduos para confirmação da espécie que a gente está se tratando, como existe uma diversidade de outras bromélias. Então, a gente acabou conseguindo esse resultado que é inédito no Tocantins, onde a gente conseguiu fazer a multiplicação dessas espécies de bromélias, entre as quais a bromélia braunii, que é essa espécie criticamente em perigo”, completou o biólogo.
Além das espécies de bromélias, o trabalho das equipes também está sendo feito com outras espécies classificadas em risco de extinção.
A engenheira agrônoma Ingrid Sara, técnica responsável do laboratório da Unitins, explicou que a técnica de fazer o cultivo in vitro garante a qualidade sanitária e multiplicação em larga escala das mudas no PAT Cerrado Tocantins, e que as mudas plantadas em Natividade serão monitoradas.
“Seguiremos com o mapeamento das áreas de ocorrência da espécie, a coleta de material propagativo para novas multiplicações, além do monitoramento dessas mudas reintroduzidas, com o objetivo de avaliar a adaptação ao ambiente natural e fortalecer as ações de preservação”, detalhou a engenheira.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
VEJA TAMBÉM: Universidade de Palmas realiza visita guiada no projeto de preservação ‘Viva o Cerrado’
Universidade de Palmas realiza visita guiada no projeto de preservação ‘Viva o Cerrado’
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Publicar comentário